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Resenha - Nevernight


Livro: Nevernight #1
Autor: Jay Kristoff
Editora: Plataforma 21 (2017)
Páginas: 603
ISBN: 978-85-92783-24-2
Pontuação: ★★★★



Comprei esse livro desde que ele foi lançado, mas eu tive a sensação de que eu poderia gostar muito do livro e por tanto me sentiria ansiosa e com raiva por ter de esperar o lançamento do próximo. Então o livro ficou parado na minha estante até que o segundo livro foi lançado e um pouco mais.


As páginas são brancas (triste, porém até que combinou com o livro, não apenas a capa, mas o tema também), a fonte é pequena, têm trinta e seis capítulos e epílogo, têm dois mapas (três se contar com o mapa no fim do livro): um de Itreya e o outro da cidade de Godsgrave.

(páginas)

(capítulo)

(mapa 1)

(mapa 2)

(mapa 3)

Mia é uma Sombria. Uma garota com habilidades de mexer com as sombras e manipulá-la. Ela desconhece completamente suas habilidades e o motivo de ser uma sombria. Ela está em busca de respostas, mas sombrios são algo raro e mal são mencionados. Seu amigo feito de sombras, o Sr. Simpático (um gato preto feito inteiramente de sombras do poder de Mia, ele é o passageiro de Mia), está sempre ao lado dela, ajudando-a e sendo um amigo.
Mia teve um passado traumatizante. Quando era pequena viu seu pai morrer diante de seus olhos e sua mãe e seu irmão mais novo serem levados para uma prisão mortal onde não havia piedade. Sozinha, ela acaba descobrindo seus dons, apesar de não entende-lo. Com a ajuda de Mercurio, um senhor que acaba encontrando-a e dando-lhe abrigo, Mia começa um treinamento feroz para conseguir entrar na Igreja Vermelha e por tanto vingar seus pais matando aqueles que os tiraram dela. Uma Igreja de assassinos impiedosos cruéis que veneram e servem a Nossa Senhora Do Bendito Assassinato, a Deusa Niah, a Deusa da noite. A Igreja é um culto secreto, e é caçada pelos fiéis do Deus Aa, cujo objetivo é destruir e acabar com a blasfêmia que a Igreja Vermelha representa, porém a Igreja é tão bem escondida que muitos até acreditam que ela já nem mas exista.
Mia consegue entrar na Igreja, e lá ela terá um prazo de alguns meses para conseguir passar nos testes exigidos, pois nem todos podem ser Lâminas na Igreja, e nem todos sobreviverão aos testes impiedosos. Um Lâmina é um status elevado a Igreja, um assassino profissional e letal de porte superior, enquanto um Mão é mais como um criado, um faz tudo, são usados para serviços menores para a Igreja.
Nem todos são o que parecem ser nessa Igreja, pois algo muito estranho vem acontecendo e às vezes o culpado pode estar mais perto do que imagina.


Um livro recheado de uma cultura e lugares totalmente novos e únicos. O autor criou um universo com deuses e criaturas muito interessantes e únicos. Uma coisa que amo e sempre em chama a atenção é quando um autor (a) cria um universo totalmente novo e único. Isso para mim sempre faz a história melhor, pois em muitas vezes mal sabemos o que esperar, já que é tudo novo e diferente.
Apesar da originalidade da história, eu tive muitas dificuldades enquanto lia o livro, principalmente no inicio. É um livro muito denso, cheio de histórias dentro de histórias, é rico em detalhes com relação a personagens e lendas e histórias do tipo: O Rei Francisco IV fez tal coisa, ou Francisco X inventou ou descobriu tal coisa, o Rei Francisco V criou tal lei, etc. Cada personagem, morto ou vivo, antigo ou atual, tem uma história pra contar e isso faz o livro ficar cheio de detalhes, o que por um lado é muito bom, mas por outro... Além disso, são deuses e santos demais, e com nomes muito difíceis. Na hora que era mencionado um santo ou um deus eu ficava perdida tentando lembrar quem era aquele santo ou deus, ai eu tinha que voltar várias páginas para onde foi mencionado e descrito como era e o que era esse deus ou santo... Era chato e atrasava minha leitura.

Outra dificuldade que tive no início do livro foi em imaginar luz do dia o tempo todo, já que aqui nós temos um mundo onde existe três sois e, a cada longos anos, apenas uma vez anoitecia. Houve passagens que em minha mente se passava durante a noite e depois de um tempinho eu precisava me lembrar que não era noite e sim dia. Além disso, primeiro capítulo começou super confuso pra mim, tanto á que tive que reler o primeiro capítulo duas vezes até entender que se passava no passado e no presente ao mesmo tempo, ou pelo menos o passado de algumas horas antes do presente que Mia se encontrava naquele momento.
No início, antes mesmo de começar a ler o livro, fiquei incomodada ao saber sobre as notas de rodapés. Eu já tinha ouvido falar que o livro contém muitas e muitas e muitas notas de rodapés, e que tinha umas que eram gigantescas, e que eram tipo como se o autor parasse a história para explicar algo ou fazer algum comentário/observação ou uma piadinha. Uma coisa que odeio é notas de rodapés em excesso. Esse foi o segundo motivo por esse livro ter ficado parado na minha estante pegando poeira por muito tempo mesmo depois do lançamento do segundo livro, porém a curiosidade sobre essa história jamais me deixou. Sempre que olhava para o livro na estante eu tinha vontade de ler, pois a sinopse, a proposta do livro, me chamou muita atenção e desde o início suspeitei que fosse um livro que eu iria gostar bastante de ler. Mas as notas de rodapé me faziam recuar sempre que lembrava delas kkkk. Até que finalmente criei vergonha na cara e decidi ler o livro logo.
As notas de rodapé fizeram minha leitura ser muito lenta, principalmente nas notas que eram quase um parágrafo gigantesco! Mas o que fez minha leitura ser mais lenta ainda foi a fonte. Gente... Que fonte pequena!!!! Muitas vezes tive que parar para descansar os olhos por causa de um indício de uma dor de cabeça chegando de tanto forçar a vista ou ter de ler o livro quase encostado na cara pra enxergar. Por ser uma fonte tão pequena tive que forçar bastante à vista e isso me faz parar de tempinho em tempinho a leitura porque ou começava a me dar dor de cabeça, ou me dava sono, ou simplesmente me cansava a vista mesmo. E meu grau está à beira do fundo de garrafa, sem brincadeira. Não tenho estrutura para aguentar uma fonte tão pequena em um livro de seiscentas páginas. Foi uma leitura lenta em parte por causa das notas do rodapé e em parte porque a fonte era pequena demais!

Outra coisa que me incomodou bastante no início, e que foi mega difícil de acompanhar, foram os nomes de deuses (como já falei) e dos lugares. Temos aqui dois mapas. Um de Itreya e outro de Godsgrave que é onde Mia se encontra no início, onde ela cresceu. Porém muitos lugares que ela citava eu não conseguia achar no mapa e ficava me perguntando em que ponto ficava o tal lugar. Outra coisa chatinha foi o fato de que tive que toda hora consultar o mapa. São tantos e tantos lugares citados que é necessário consultar o mapa o tempo todo, só que isso fica chato o fato de você parar a leitura para ir vê no mapa onde situava tal lugar. E aí está mais uma coisa que fez minha leitura ser lenta.

Mia é uma garota muito corajosa e esperta. Ela é determinada, focada, sempre em mente a vingança com aqueles que destruíram sua vida, sua família. Uma motivação. Porém apesar de todo ódio e rancor que ela sente, apesar da determinação de se tornar uma assassina e ir atrás daqueles que a fizeram mal, Mia é uma garota muito boa e uma pessoa com muitos sentimentos que não são apenas ódio e vingança. Aqui nós temos uma Igreja Vermelha onde muitas das pessoas que entram, entram sem emoção, apenas com ódio e sede de vingança na cabeça. Só que nós vemos que Mia é extremamente diferente, pois ela sente pena, ela sente piedade, ela sente compaixão. Tanto é que muitos viraram para ela e lhe disseram que aquele não era o lugar para uma pessoa como ela. Ao mesmo tempo em que ela é muito boa em lutar, em matar, e apesar de todo seu esquema de vingança, ainda assim Mia é um ser humano com todos os sentimentos que qualquer ser humano normal/decente teria. Mia está em um lugar onde tudo é perigoso, tudo é letal. Um lugar sem nenhuma compaixão e piedade, e pelo simples fato de ela ser diferente tendo sentimentos e também criando amizades e se importando com seus concorrentes, já é algo muito estranho e impróprio para o lugar e as pessoas que habitam esse lugar (ou mesmo para os concorrentes que vêem isso como algo fraco, coisa que Mia não é).

Mia não é a única que tem sentimentos nesse lugar, não é a única que parece ser bem mais humana do que uma assassina desalmada. Apesar de ser a única a se importar mais, e a sentir muito mais. Bom, aqui nós temos Tric, um garoto renegado pelo seu povo por causa de sua descendência paterna. Por conta disso ele foi maltratado e humilhado pelo seu avô, e agora quer vingança por tudo o que ele fez e por tanto ele vai atrás da Igreja Vermelha. Ele é o primeiro a conhecer Mia (e vice e versa) durante a jornada para chegar a Igreja Vermelha. Durante esses dias a procura do local secreto da Igreja, Mia e Tric se tornam algo próximo da descrição de amigos. E com o tempo essa amizade vai evoluindo. Tric é um garoto muito legal, eu simplesmente amei sua personalidade, ele traz uma história bem triste, ele é um personagem engraçado e em muitos momentos é um fofo.

Outro personagem que eu amei demais e que no final me deixou em choque foi a Ashlinn. Ela é a loucona de uma forma muito divertida, é aquele tipo de amiga que é super animada e toda empolgada. Muitas pessoas diziam para Mia que ali não era o lugar dela... Mas eu me perguntava se a Igreja Vermelha era o lugar para uma pessoa como a Ashlinn. Ao mesmo tempo em que ela parecia estar no lugar certo, muitas vezes achei que ela não pertencia aquele lugar.

Essa escola (a Igreja) traz treinamento e lições extremamente pesados, do tipo que se você não passar no teste acaba morrendo. Os professores são extremamente cruéis e impiedosos, sempre pegando pesado com os alunos.
Não se pode se apegar muitos aos personagens. É bem óbvio que o autor não vai ter pena de cortar cabeças aqui kkkk, é de partir o coração, mas de certa forma é legal, é realista também, porque nem tudo sempre é um conto de fadas com finais felizes, e aqui nós temos um mundo de assassinos cruéis, a maior parte do livro é cheio de sangue e tripas pra fora, não é algo bonito, então não é fácil nem simples de conseguir ver um final feliz onde todos sobrevivem, ou algo assim. Então não esperem coisas bonitinhas.

Uma coisa que achei interessante e que observei bastante durante toda a leitura foram os nomes de pessoas e de alguns lugares, pois parece que foram derivados de Roma/Itália, como se o autor tivesse usado uma descendência (uma espécie de base tanto para nome de lugar quanto para nome de alguns personagens) Roma/Itália, até mesmo a cultura onde Aa é o nosso Deus e Niah é a nossa Lúcifer (ou algo similar); o tamanho do poder da igreja de Aa; os Luminatii (no nosso mundo conhecemos como Illuminati), ect.  

O livro é legal, tem uma proposta muito incrível. Infelizmente não se tornou um dos meus livros favoritos como eu achei que se tornaria, pois a questão das notas de rodapé me irritou bastante, e além do mais eu esperava um pouquinho mais desse livro. Não que ele seja ruim ou chato, pois não é, apesar da leitura no inicio ter sido lenta, o livro começa a engrenar e a ficar muito melhor e mais interessante a partir da página duzentos. O inicio do livro foi bem difícil de passar, mas felizmente as coisas só melhoraram. E a partir da página trezentos, mais ou menos, as notas de rodapé vão diminuindo bastante. Não é uma leitura tão fluida, mas acredito que valha a pena ler esse livro, é preciso de um pouco mais de concentração por conta dessa cultura mitológica que autor traz, é muita coisa para lembra, muito nome e poderes de deuses/santos, etc. O final é incrível, é maravilhoso e me deixou coçando pra ler o segundo livro, mas eu vou aguardar estar próximo do lançamento do terceiro livro para poder ler o segundo.

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