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Resenha - Golem E O Gênio



Livro: Golem E O Gênio
Autora: Helene Wecker
Editora: DarkSide Books
Páginas: 514
ISBN: 978-85-66636-48-2
Pontuação: ★★★



Já tinha tanto tempo que queria ler esse livro, desde que foi lançado. Mas ele sempre está tão caro que levou um bom tempo para poder comprá-lo e confesso que levou um pouco mais de tempo para pegá-lo para ler kkk. Levei quase dois meses para acabar esse livro, não por ser chato, porque não é, mas por falta de tempo e de uma Grande Ressaca Literária que venho tendo desde Dezembro. Sério... Essa é a maior ressaca literária que já tive!


As páginas são amareladas com a famosa textura grossa que amo, a fonte é pequena, e tem vinte e nove capítulos em algarismos romanos, e epílogo. O livro é narrado por vários personagens, não apenas a Golem e o Dijim. Têm imagens bem bacanas no inicio do livro, e no final também.

(capítulo)

(Páginas)




(Folha De Guarda)

Otto Rotfeld queria uma esposa, mas não qualquer esposa... Por ser quem era achar uma pessoa seria difícil, poucos tinham interesse nele, a maioria sempre o evitava. Sendo assim ele decidiu encomendar sua própria esposa. Rotfeld foi em busca de um feiticeiro muito citado em Israel, prometendo uma boa quantia de grana para que o feiticeiro pudesse fazer uma Golem para ele. Golem são criaturas feitas de barro de aparência humana que servem como escravos robôs: obedecer apenas ao seu mestre em tudo o que lhe for pedido.
Infelizmente Chava, a Golem, despertou e em seguida perdeu seu mestre enquanto ambos viajavam para uma nova vida, para a América. Sem um mestre, a Golem simplesmente estava perdida, com o laço de mestre e escrava cortado, a Golem podia ler os desejos de todos, o que a deixava louca, e uma Golem violenta era um perigo para qualquer um. Com a ajuda de um Rabino que a encontrará perambulando pelas ruas de Nova Iorque, em um bairro judeu, e que reconhecera sua real natureza, a Golem aprende a viver uma vida humana, tendo o cuidado de não revelar sua natureza em tudo o que fazia. Mas essa jornada será difícil, não se pode fugir de quem você realmente é: uma criatura violenta.


Não muito longe de onde a Golem se encontrava, em um bairro Sírio, A Pequena Síria, um funileiro chamado Boutros Arbeely consertava uma relíquia de família de um cliente, uma garrafa de cobre muito antiga. Ao apagar alguns símbolos dessa garrafa, um Dijim saiu de dentro. Dijim são criaturas de fogo que podiam assumir qualquer forma, entrar em sonhos humanos e criar ventos pelo deserto e cavalgá-los. Esse Dijim, Ahmad, foi preso por algum feiticeiro há mil anos, ele não se lembra de como nem quando ou mesmo quem foi, apenas sabe que foi aprisionado a um feiticeiro que poderia controlá-lo. O Dijim, sem ter para onde ir, ficou na oficina de Arbeely que passou a ajudar o Dijim a se adaptar a forma humana e ao mundo humano. Mas o Dijim era uma criatura livre, e mantê-lo sobre as rédeas firmes seria difícil, ainda mais com uma criatura com tanta curiosidade para saciar sem se importar se causará confusão ou algum mal para alguém.


Um livro bem diferente de tudo que eu li, mas confesso que esperava mais. Não é um livro ruim, não é exatamente chato, mas ele é muito lento, é muito detalhado e muito sem ação.
O que vemos nesse livro desde o inicio é a vida e a luta tanto do Dijim quanto da Golem de viverem entre os humanos e tentar se passarem por eles. Além de ambos tentarem entender os humanos e suas maneiras que para eles é super mega estranhas e até sem sentido.



O livro trás a cultura Síria e Israelense, trás a paisagem bem construída de Israel, do deserto, da Síria e até mesmo Líbia, apesar de o livro se passar em Nova Iorque. Nunca li um livro sobre Dijim (que para nós é conhecido como O Gênio) ou mesmo Golem, nunca li nada que traga a cultura de Israel e Síria, então para mim esse livro foi uma experiência nova e diferente, viajei para lugares diferentes, conheci culturas e lendas diferentes nesse livro. Ele é bem diferente de tudo que já li.


A história passa a andar mais quando o Dijim e a Golem se encontram, algo que acontece lá para as páginas cento e noventa e alguma coisa, ou seja, um longo caminho apenas conhecendo e vendo a Golem e o Dijim se habituando a vida humana. A ação do livro só acontece nas últimas trinta/vinte páginas que é quando descobrimos tudo o que aconteceu com o Dijim no passado, mas a “ação” não é grande coisa, é uma coisinha que eu achei rápida demais, como se a autora quisesse acelera o final do livro logo. Achei o final bem fraco, meio que incompleto ou pouco criativo, algo assim.


O Dijim é muito inquieto, daquele tipo de pessoa que não consegue/pode ficar parada por mais que um minuto, então ele está sempre explorando lugares e até pessoas, tentando saber mais, conhecer mais, sobre suas descobertas e sobre aquilo que o fascina. Mas ele é uma boa pessoa, e vemos isso bem mais pro meio do livro já quando conhece a Golem. Ahmad é alguém que não tem limite e parece não ver/reconhecer quando passou do limite.


A Golem é muito presa, muito cuidadosa, daquele tipo que pensa “três mil” vezes antes de fazer qualquer coisa e no final acaba nem fazendo por segurança. Não se arrisca, não tenta. Anda muito na linha, observa demais e se repreende demais por coisas que nem deveria. Ela tem medo de perder o controle e acabar machucando alguém, pois sua força é infinita. Depois que conhece o Dijim, assim como ele, ela muda um pouco, se permite libertar e a passar da linha de limite que se impôs. É uma personagem sem sal, mas de certa forma interessante.



Os outros personagens que narram nesse livro são: Arbeely, Mahmoud Saleh, Yehudah Schaalman, Michael Levy, Sophia, Fadwa Al-Hadid. E, apesar de não ter achado necessário as partes em que Michael narra, cada um desses personagens tem uma grande importância nesse livro, principalmente Fadwa que infelizmente mal narrou, porém quando sua vez chegava era algo que me prendia mais que em qualquer outro momento com qualquer um dos narradores. Não vou me aprofundar e falar mais desses personagens, porque qualquer coisinha sobre eles seria um spoiler.
É um livro difícil de ler, tem que ter muita paciência, porque o livro é mais aprofundado em conhecer, explorar, os personagens Chava (Golem) e Ahmad (Dijim) do que o mistério que cerca o Dijim e o tal feiticeiro, essa questão praticamente é deixada de lado e se volta átona nas últimas páginas. Mas é um livro interessante, que trás uma cultura e lenda interessante, e quando vemos o passado do Dijim são as partes, em minha opinião, que mais prendem.


Para aqueles que querem ler não abandonem o livro quando o acharem super parado, porque ele fica melhor, não incrível ou super legal ou emocionante, mas melhor que o inicio foi. E para aqueles que abandonaram, recomendo que retomem a leitura, acho que esse livro vale à pena, por mais lento e parado que seja.



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